O direito à cidade sob a perspectiva de gênero
uma análise da produção do espaço na metrópole de São Paulo
DOI:
https://doi.org/10.47385/simpdir.2024.1667Palavras-chave:
Direito à cidade, Gênero, Segregação, EspaçoResumo
A disposição de corpos no meio urbano, ao contrário do que é normalmente defendido pelo senso comum, não se deve a circunstâncias biológicas e exteriores ao indivíduo, mas a instrumentos sociais repressivos, que ditam a produção de espaços como um espelho da lógica econômica excludente. O presente artigo discute o acesso à cidade sob a determinação do gênero como instância social, que define as identidades com base em noções heteronormativas pensadas por performances masculinas, estruturando um discurso patriarcal dominante. A partir disso, argumenta-se que a cidade se torna palco de discursos coercitivos, que constroem fronteiras simbólicas e lugares sociais subordinados, a fim de articular a acomodação de grupos subjugados a regiões preteridas e carentes de assistências, negando-lhes o pleno exercício da cidadania devido a um “pensar urbano” desigual. Nesse cenário, o artigo adotará a perspectiva de gênero abordada por Judith Butler para analisar a produção do espaço urbano na cidade de São Paulo, com enfoque na dinâmica de discriminação nele reproduzida e em seus reflexos na garantia do direito à cidade para grupos que subvertem o ideal heteronormativo masculino.
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