Os Centros Judiciários de Solução de Conflitos e Cidadania (CEJUSCs) como forma de desjudicialização na área da saúde

Autores

DOI:

https://doi.org/10.47385/simpdir.2024.1705

Palavras-chave:

Mediação e Conciliação, CEJUSC, Desjudicialização, Direito à Saúde

Resumo

O presente trabalho em andamento visa analisar o Centro de Estudo de Solução de Conflito e Cidadania (CEJUSC) Saúde do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP) que objetiva promover a desjudicialização da saúde. Os resultados parciais demonstram que a judicialização da saúde assola o Poder Judiciário brasileiro, com altos índices de novos processos judiciais, como no Tribunal de São Paulo, que atingiu acerca de 326.425 casos pendentes e 242.554 novos casos de saúde no ano de 2023, conforme dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Como meio adequado de solução de conflito, o CNJ instituiu, por meio da Resolução n. 125/2010, os Centros Judiciários de Solução de Conflitos e Cidadania (CEJUSCs), para fornecer serviços de conciliação e mediação à população. O Tribunal Paulista foi pioneiro na instituição do CEJUSC Saúde como ferramenta de otimização do fornecimento de medicamentos e visando desjudicializar a demanda. A partir do preenchimento de um formulário eletrônico pelo particular, o ente federado terá um prazo de 72 horas para prestar informações. Assim, justifica-se a motivação do estudo do tema pela relevância do sistema inédito para solicitação de medicamentos da lista do Sistema Único de Saúde (SUS) como ferramenta de desjudicialização do Direito à Saúde e fomento à utilização dos meios adequados de solução de conflitos. A pesquisa utiliza como método científico a pesquisa histórico-descritiva quanto ao surgimento do CEJUSC Saúde no TJ-SP, documental no que tange às fontes diretas e, por fim, bibliográfica na correlação desse órgão do Poder Judiciário e seu acesso à saúde. Em conclusões já parciais, verifica-se que o CEJUSC Saúde é um importante sistema para a atual e futura desjudicialização do Direito à Saúde, além de fundamental para a conscientização do meio adequado de solução do conflito.

Biografia do Autor

Ana Beatriz da Silva Marques, Universidade Federal Fluminense

Graduanda em Direito pela Universidade Federal Fluminense (ICHS/UFF), Polo Universitário de Volta Redonda (PUVR), com experiência prática em Direito Civil e Processual Civil, Previdenciário e Administrativo. Atualmente, é monitora das disciplinas de Contratos em Espécie e Direitos Reais, Diretora Científica da Liga Acadêmica de Direito, Vice-Diretora-Geral do Observatório Direito de Tecnologia (GPODT) e membra-pesquisadora do Grupo de Estudos em Jurisdição, Constituição e Processo (GEJCP), membra da Publique-se Empresa Júnior de Tecnologia, todos vinculados ao Departamento de Direito (VDI) da Universidade Federal Fluminense (UFF), Polo Universitário de Volta Redonda (PUVR). Foi monitora das disciplinas de Direito das Obrigações e Teoria Geral dos Contratos em 2022 e 2023. Suas principais áreas de interesse em estudo e pesquisa são: Direito Civil-Constitucional, Direito e Tecnologia, Direito Processual e Direito Previdenciário.

Davi de Souza Paulino, Universidade Federal Fluminense.

Graduando em Direito pela Universidade Federal Fluminense (UFF), com experiência prática em direito do trabalho, previdenciário, família e público. Atualmente, é monitor de Direito Internacional Público e Privado, diretor de projetos na Liga Acadêmica de Direito (LADI), membro-pesquisador Observatório Direito de Tecnologia (GPODT) e do Grupo de Estudos em Jurisdição, Constituição e Processo (GEJCP). Atuou como monitor da disciplina de Introdução ao Direito em 2022 e foi idealizador do quadro Descomplicando o Juridiquês na LADI. Concentra os estudos e aperfeiçoamento prático em direito material e processual do trabalho, direito processual, acesso à justiça e direito e tecnologia. Possui conhecimento avançado em Proteção de Dados e LGPD.

Matheus Vidal Gomes Monteiro, Docente do curso de Direito da Universidade Federal Fluminense

Pós-Graduado em Direito Civil, Processual Civil e Empresarial pela Universidade Veiga de Almeida - UVA (2008); Mestre em BioDireito, Ética e Cidadania pelo Centro Universitário Salesiano de São Paulo - UNISAL (2010); Doutor em Direito pela Universidade Estácio de Sá - UNESA (2017); Professor Adjunto do Departamento de Direito (VDI) do Instituto de Ciências Humanas e Sociais (ICHS) da Universidade Federal Fluminense - UFF. Líder do Grupo de Estudos em Jurisdição, Constituição e Processo (GEJCP)

Referências

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Publicado

07-10-2024

Como Citar

da Silva Marques, A. B., de Souza Paulino, D., & Vidal Gomes Monteiro, M. (2024). Os Centros Judiciários de Solução de Conflitos e Cidadania (CEJUSCs) como forma de desjudicialização na área da saúde. Simpósio De Pesquisa Em Direito. https://doi.org/10.47385/simpdir.2024.1705

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