Análise comparativa entre as internações e taxa de mortalidade por Malária por P. vivax e P. falciparum no Brasil e no Sudeste nos últimos 7 anos
DOI:
https://doi.org/10.47385/cmedunifoa.308.5.2018Palavras-chave:
malária, sudeste, BrasilResumo
A malária é a doença parasitária de maior impacto mundial, acometendo mais de 200 milhões de pessoas anualmente, estimando-se entre 367.000-755.000 óbitos. São responsáveis por infectar seres 4 protozoários: P. ovale, P. malariae, P. falciparum e P. vivax, sendo no Brasil os mais comuns estes dois últimos. No início da década de 80, 97,5% dos casos registrados no Brasil eram produzidos na região amazônica. No entanto, na última década foram registrados inúmeros outros focos, dentre eles no sudeste. Esse trabalho se propõe analisar o número de internações e a taxa de mortalidade da malária, causada pelo P. vivax e P. falciparum, entre os anos de 2010-2017, comparando a região sudeste às outras regiões do Brasil. Justifica-se pelo aumento de casos de malária na região sudeste que, apesar de não ter a maior incidência de casos dessa doença, possui a maior taxa de mortalidade. Estudo transversal, descritivo e retrospectivo construído através de dados obtidos na plataforma DATASUS. Foram utilizadas as variáveis: taxa de mortalidade, região, ano de processamento e internações. Em 7 anos ocorreram 23.610 casos de internação por malária sendo 3.831 (16,22%) deles pelo P. falciparum e 14.958 (63,35%) pelo P. vivax. A taxa de mortalidade pelo P. falciparum é de 0,97, sendo maior que a do P. vivax que é 0,35. Desses 23.610 casos, 20.407 (86,43%) aconteceram na região norte e somente 901 (3,8%) na região sudeste. Em contrapartida, a região sudeste apresenta a maior taxa de mortalidade, 2,11, e a região norte apesenta a menor, 0,41. A malária por P. falciparum é a que mais evolui para óbito devido algumas peculiaridades, como sua maior capacidade de multiplicação, de invadir os eritrócitos de diferentes idades e sua alta capacidade para produzir citoaderência. A região norte é a que apresenta maior incidência de malária por ser uma área endêmica, porém sua letalidade vem diminuindo, principalmente em função do diagnóstico precoce, situação que não ocorre na região extra-amazônica, cuja letalidade é cerca de 200 vezes maior devido a não suspeição de pacientes e profissionais de saúde e em consequência, o atraso no diagnóstico. A desinformação sobre a patologia, a ausência da cultura da malária, a não preservação ou o manejo ambiental predatório são fatores relacionados com os episódios de reintrodução da doença no sudeste e outras regiões. Dessarte, conclui-se que deve investir em informação sobre a malária e no diagnóstico precoce para que a endemicidade da doença seja reduzida. Quanto mais veloz o diagnóstico e o tratamento, menores as chances de novos mosquitos se infectarem e de ocorrerem novos surtos ou epidemias.
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