Infarto agudo do miocárdio com novo bloqueio de ramo esquerdo
um Relato de Caso
DOI:
https://doi.org/10.47385/cmedunifoa.569.3.2016Palavras-chave:
-Resumo
O bloqueio de ramo esquerdo (BRE) associado ao infarto apresenta uma baixa prevalência, de cerca de 1 a 2% dos casos de IAM. A prevalência de pacientes atendidos em Unidades de emergência com BRE novo ou resumidamente novo é bem maior, cerca de 5 a 8%, dos quais somente um percentual menor realmente tem IAM, conforme dados de estudos recentes. Trata-se de um desafio estabelecer o diagnóstico de infarto (IAM) na presença de BRE. A busca bibliográfica foi realizada nas bases de dado MEDLINE, LILACS, PubMED, SciELO e Google Acadêmico. Paciente feminina, 71 anos, caucasiana, divorciada, procedente de Volta Redonda-RJ, portadora de HAS, DM tipo 2 em uso de Glifage, Glimepirida e Captopril. Procurou atendimento médico com queixa inicial de desconforto respiratório e dor torácica que evoluiu com piora dos sintomas, e o surgimento de dispneia e sudorese. Ao exame físico: sudoreica, cianótica em extremidades, taquidispneica, ansiosa. Aparelho cardiovascular com ritmo cardíaco regular em dois tempos, com presença de desdobramento paradoxal de B2; pressão arterial aferida 180x100mmHg; aparelho respiratório com murmúrio vesicular universamente audível com estertores crepitantes e saturação de O2 86%; abdome sem visceromegalias palpáveis, peristalse presente, timpânico; membros inferiores sem edemas, pulsos palpáveis e perfusão normal. Foram solicitados ECG que evidenciou supradesnivelamento do segmento ST EM DI e AVL com enzimas cardíacas que nao mostraram alterações. Segundo ECG surgiu um BRE novo e dosagem de enzimas cardíacas com Troponina: Positiva. CK: 66,CK-mb: 27. Posteriormente foi realizado um ecocardiograma com doppler que mostrou pericárdio normal, átrio equerdo com aumento leve e volume estimado 57ml, VE com dimensões e função sistólica preservadas, concluindo leve aumento atrial esquerdo e déficit da função diastólica do VE grau I. Cieneangiocoronáriografia apresentando artéria CX com 10% de obstrução. Conclusão final: coronárias isentas de obstrução significativa. Ao exame físico de alta notou-se o desparecimento na ausculta cardíaca do desdobramento paradoxal de B2. Solicitado novo ECG confirmou-se que se tratava de um BRE novo e transitório. Pois, o novo ECG não apresentava mais o BRE. A hipótese mais plausível neste caso é a de uma placa instável gelatinosa, ulcerada, ter sofrido um processo de trombose, mas com reperfusão espontânea. O reconhecimento do IAM com Supradesnivelamento do Segmento ST/BRE novo (IAMSST) e o início da estratégia de abordagem dos pacientes admitidos com IAMSST constitui adequado reconhecimento e triagem dos casos de dor torácica.
Referências
-
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2016 Congresso Médico Acadêmico UniFOA

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.