Anemia perniciosa em uma escolar

Autores

  • Juliana Annete Damasceno Rodrigues Centro Universitário de Volta Redonda, Volta Redonda, RJ - UniFOA.
  • Marcela Santos Carvalho Centro Universitário de Volta Redonda, Volta Redonda, RJ - UniFOA.

DOI:

https://doi.org/10.47385/cmedunifoa.648.2.2015

Palavras-chave:

Anemia perniciosa, gastrite atrófica, vitamina B12, vitiligo

Resumo

Introdução: A deficiência de vitamina B12 causa anemia megaloblástica, mas somente quando há má absorção, devido à falta de fator intrínseco. Essa anemia é chamada de anemia perniciosa. Trata-se de uma gastrite atrófica autoimune resultante da destruição das células parietais do estômago, associada à falta do fator intrínseco para se ligar à vitamina B12 ingerida. A prevalência da deficiência de vitamina B12 varia entre 5% e 60%, dependendo do critério diagnóstico. A anemia perniciosa é muito rara em crianças, mais frequente em idosos, acima de 60 anos e do sexo feminino, além de ser mais comum em pacientes com história familiar ou com outras doenças autoimunes associadas. O reconhecimento e tratamento da deficiência de vitamina B12 são essenciais, visto que é uma causa reversível de falência da medula óssea e doença desmielinizante do sistema nervoso. Objetivos: O objetivo deste estudo foi relatar um caso de anemia perniciosa em uma escolar. Relato de Caso: Escolar de 7 anos, feminino, branca, previamente hígida começou a apresentar palidez e sonolência. A pediatra assistente solicitou hemograma que detectou anemia. Foi então iniciado tratamento com sulfato ferroso, via oral, na dose de 5 mg/kg de peso corporal, dividido em duas tomadas, juntamente com vitamina C. Dois meses após o início da terapêutica com ferro, a menor encontrava-se mais prostrada. Repetido o hemograma, identificou-se piora dos níveis de hematócrito, hemoglobina e queda da contagem de leucócitos e das plaquetas. Foi então encaminhada à hematologista para investigação. Ao exame físico, apresentava-se hipocorada (+++/4+), hidratada, acianótica, anictérica, afebril e eupneica. Auscultas pulmonar e cardíaca sem alterações. Abdome flácido, indolor, sem massas ou visceromegalias. Apresentava uma mácula acrômica sugestiva de vitiligo em mão esquerda. Sem antecedentes patológicos dignos de nota e vacinação em dia. Ao analisar o hemograma, foi iniciada a investigação para esclarecimento da etiologia da anemia. Foram solicitados: dosagem de vitamina B12, ácido fólico, homocisteína, ácido acetil malônico, eletroforese de hemoglobina, anticorpo anticélula parietal e anticorpo antifator intrínseco, que vieram compatíveis com deficiência de vitamina B12. Foi então iniciado o tratamento com vitamina B12 na dose de 1000mcg/dia intramuscular (IM) por 15 dias. No 15o dia de tratamento foi realizado novo hemograma, que evidenciou melhora substancial dos níveis de hemoglobina e hematócrito, além de normalização de leucócitos e plaquetas. O tratamento foi continuado em 1000mcg/mês de vitamina B12 IM. Conclusão: É essencial que o médico saiba fazer o reconhecimento e tratamento correto da deficiência de vitamina B12, visto que é uma doença desmielinizante do sistema nervoso e que pode gerar sequelas neurológicas irreversíveis, quando não tratada adequadamente. O tratamento da anemia perniciosa deve ser realizado durante toda vida do paciente, já que é uma causa irreversível de deficiência de vitamina B12.

Referências

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Publicado

15-05-2015

Como Citar

Annete Damasceno Rodrigues, J., & Santos Carvalho, M. (2015). Anemia perniciosa em uma escolar. Congresso Médico Acadêmico UniFOA, 2. https://doi.org/10.47385/cmedunifoa.648.2.2015

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