Conduta e manuseio da sífilis em gestante com sequelas de sífilis
um relato de caso
DOI:
https://doi.org/10.47385/cmedunifoa.662.2.2015Palavras-chave:
Sífilis, treponema pallidum, atenção básica, gestaçãoResumo
Introdução: A sífilis congênita é a consequência da disseminação hematogênica do Treponema pallidum, da gestante infectada não tratada ou tratada de forma inadequada, transmitindo ao feto transplacentariamente. Neste relato, é possível expor a investigação diagnóstica realizada em um caso de Sífilis em uma gestante que já apresenta sequelas decorrentes da sífilis neonatal. Pretende-se frisar o tratamento que a gestante recebeu, os exames que puderam constatar a infecção e o seguimento clinico-cirúrgico tomado. Objetivo: Este relato pretende expor a investigação diagnóstica realizada em um caso de Sífilis em uma gestante de 28 anos, frisando o tratamento que a gestante recebeu, os exames que puderam constatar a infecção e o seguimento clinicocirúrgico tomado. Esse caso envolve a questão quanto à importância das condutas adequadas, como os possíveis erros de exames complementares que podem mudar o curso da investigação por muitos serem operador-dependentes. Metodologia: Trata-se de um relato de caso com o termo de consentimento livre e esclarecido (modelo UniFOA) assinado pela paciente em questão. Foram pesquisados, na revisão de literatura, artigos científicos completos publicados na Internet nos últimos 10 anos, utilizando-se as bases de dados Medline, Google Acadêmico e Scielo. Relato de Experiência: E.F.A, feminino, 28 anos, do lar, G3P2A1, cursou até o ensino fundamental. É procedente e natural de Rio Claro – RJ. Realizava o pré-natal nessa cidade, onde foi diagnosticada tardiamente com Sífilis, já estando a paciente no inicio do terceiro trimestre da gestação. Como o hospital da sua cidade de origem não oferecia infraestrutura adequada para um parto complicado, a paciente foi transferida para o Hospital da Mulher de Barra Mansa (PSI-HMBM), no dia 21 de outubro de 2014. No dia 20 de outubro de 2014, foi realizada nova Ultrossonografia e Doppler fluxometria obstétrica, na qual foi compatível com 29 semanas e 03 dias de gestação. Outros achados na USG foram: oligohidrâmnio acentuado; ILA 4,4; placenta de inserção posterior, textura heterogênea, grau II de maturação. As alterações fetais foram: área cardíaca aumentada com sinais de derrame pericárdico, hepatoesplenomegalia fetal importante, estômago não visualizado e rins hipoplásicos. A conclusão da USG foi: boa perfusão útero-placentária; CIUR assimétrico e centralização fetal. Resultados: O manejo aplicado foi a internação hospitalar da paciente recebendo a terapêutica com penicilina benzatina (2.400.000 u, via intramuscular), conforme estabelecido pelo Ministério da Saúde, a fim de conter agravos decorrentes da sífilis gestacional. No dia 22 de outubro, às 13h43, foi realizado um parto cesareano, devido à indicação de morte fetal eminente intraútero, na tentativa de realização do tratamento fetal extraútero. O colo uterino estava impróprio para indução do trabalho de parto. Conclusões: O estudo do caso descrito evidenciou que a qualidade do pré-natal recebido pela gestante é fator crucial para o seguimento clínico e condutas adequadas, fato que, no presente caso, não foi suficiente para garantir o controle da sífilis congênita e o alcance da meta de incidência da doença. Deve-se lembrar de que a sífilis congênita é considerada um marcador da qualidade da assistência prénatal de uma população em termos epidemiológicos. Nesse sentido, esforços para desenvolver testes rápidos para diagnóstico que permita que o tratamento seja realizado no início gestacional poderia diminuir, em muito, a incidência da infecção congênita em locais com baixa assistência, onde a população tem acesso restrito à educação e aos serviços de saúde.
Referências
ARAUJO, C. L. D. et al. Incidência da sífilis congênita no Brasil e sua relação com a Estratégia Saúde da Família. Rev. Saúde Pública, São Paulo, v. 46, n. 3, June, 2012.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2015 Congresso Médico Acadêmico UniFOA
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.