Febre Chikungunya
DOI:
https://doi.org/10.47385/cmedunifoa.684.2.2015Palavras-chave:
Febre, chikungunya, artralgiaResumo
Introdução: O nome Chikungunya deriva de uma palavra em Makonde, uma língua falada por um grupo que vive no sudeste da Tanzânia e norte de Moçambique, que significa "aqueles que se dobram", descrevendo a aparência encurvada de pessoas que sofrem com a artralgia característica. A Febre de Chikungunya é uma arbovirose causada pelo vírus Chikungunya, da família Togaviridae e do gênero Alphavirus. Em relação a epidemiologia, a febre Chikungunya é endêmica, principalmente, na Africa subsaariana, sudeste asiático e áreas tropicais do subcontinente indiano. É uma doença de notificação compulsória e, por isso, casos suspeitos devem ser notificados imediatamente à vigilância epidemiológica do município. A transmissão da febre chikungunya se dá, basicamente, através da picada de fêmeas dos mosquitos Aedes aegypti e Aedes Albopictus que estão infectados pelo CHIKV. Objetivos: O presente trabalho possui como objetivo compreender um pouco mais sobre a doença febre chikungunya, por ser uma nova doença no Brasil e, além disso, por possuir uma perspectiva dessa doença desenvolver uma epidemia no país, devido ao aumento de incidência de casos. Métodos: O método de realização consiste em uma revisão da Cartilha do Ministério da Saúde e manejo clínico da febre chikungunya. Além desses, foram utilizados alguns artigos científicos sobre a doença. Discussão: Em relação aos infectados pelo vírus chikungunya, aproximadamente, 15% desenvolvem uma infecção assintomática, já o restante, pode cursar com a doença em 3 fases: fase aguda, subaguda e crônica. A fase aguda é caracterizada, principalmente, pela presença de febre alta e uma intensa poliartralgia, entretanto existem outros sintomas menos específicos como: náuseas, cefaleia, exantema, mialgia, poliartrite. Possui uma duração de 3 a 10 dias e, passando esse período, ocorre a melhora do quadro geral do paciente, porém, caso ocorra uma reincidiva dos sintomas, se instala a fase subaguda. A fase subaguda é caracterizada por acometimento articular persistente ou agravado, tenossinovite hipertrófica, astenia, fadiga e sintomas depressivos. Pode persistir por até 3 meses e, caso os sintomas ultrapassem esses 3 meses de duração, estará instalada a fase crônica. Nessa fase, encontra-se acometimento articular persistente contendo: dor, podendo apresentar edema, limitações dos movimentos, deformidade e ausência de eritema; artrites e outros sintomas associados como: dor neuropática, bursite, turvação visual, cansaço e depressão. Pode ter uma duração de 1 a 3 anos. O principal diagnóstico diferencial a ser feito da febre chikungunya é a dengue. Na febre chikungunya, há uma poliartralgia mais intensa comparada com a dengue. Choque e algumas alterações hematológicas, como discrasias hemorrágicas, hematócritos elevados e plaquetopenia são observados com maior frequência na dengue. O diagnóstico de febre chikungunya é basicamente clínico e epidemiológico, porém podem ser utilizados alguns métodos laboratoriais como: isolamento viral, RT-PCR e sorologia - ELISA. Com relação ao tratamento, na fase aguda da doença, deve ser realizado repouso e uma ingestão abundante de líquidos, além de um tratamento sintomático com a utilização de antitérmico e anti-inflamatório não hormonal. Na fase subaguda e crônica, pode ser utilizado anti-inflamatório não hormonal ou corticoesteroides. Em casos de artralgia intensa pode-se considerar o uso de opiódes e essas recomendações medicamentosas devem ser associadas à fisioterapia. A utilização de ácido acetil salicílico não é recomendado. Conclusão: A Febre Chikungunya é uma doença pouco conhecida devido ao seu número reduzido de casos no Brasil. Porém, há aproximadamente dois anos, uma quantidade significativa de casos apareceu no país, quantidade esta que vem aumentando cada vez mais. Por ser uma doença de alta comorbidade, é fundamental que a população tenha conhecimento sobre seus sintomas e sua forma de prevenção e que as autoridades competentes implantem e aprimorem ações de vigilância do vírus Chikungunya no Brasil.
Referências
BRASIL. Febre de Chikungunya: Manejo Clínico. Disponível em: <http://portalsaude.saude.gov.br/images/pdf/2014/setembro/29/Guia-de-Manejo-Cl--nico-da-Febre-de-Chikungunya.pdf>. Acesso em: 12 abr. 2015.
BRASIL. Preparação e Resposta à Introdução do Vírus Chikungunya. Disponível em: http://portalsaude.saude.gov.br/images/pdf/2014/setembro/09/preparacao-eresposta-virus-chikungunya-web.pdf>. Acesso em: 12 abr. 2015.
GOLDMAN, H. M., in CECIL, R. L.; GOLDMAN, H. M. (Editor); AUSIELLO, D. (Editor). Cecil medicina. GOLDMAN, Henry M (Editor); AUSIELLO, Dennis (Editor). 23. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009. Organização Panamericana de Saúde. Número de casos de febre Chikunguya por país. Disponível em: <http://www.paho.org/hq/index.php?option=com_topics&view=article&id=343&Itemid
=40931>. Acesso em: 30 abr. 2015.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2015 Congresso Médico Acadêmico UniFOA
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.