Principais tipos de resistência bacteriana e os testes laboratoriais para sua detecção como auxílio na prática clínica

Autores

  • Tássio Huguenin Centro Universitário de Volta Redonda, Volta Redonda, RJ - UniFOA.
  • Carlos Alberto Sanches Pereira Centro Universitário de Volta Redonda, Volta Redonda, RJ - UniFOA.

DOI:

https://doi.org/10.47385/cmedunifoa.707.2.2015

Palavras-chave:

Microbiologia, resistência, antimicrobianos

Resumo

Introdução: O conhecimento acerca da dinâmica microbiana desenvolveu-se expressivamente ao longo do século XX, com a identificação e a caracterização de muitos patógenos microbianos e seus mecanismos patogenéticos. Por muito tempo, os antimicrobianos foram vistos como a solução milagrosa para as doenças infecciosas. Com o passar dos anos, o uso desenfreado de antimicrobianos resultou em um fenômeno conhecido e de importância para o cenário médico atual, a resistência. A resistência aos antimicrobianos é um grave problema de saúde pública, de grande amplitude médico-social. Assim, o uso controlado e cuidadoso para a prescrição de antimicrobianos deve ser a primeira linha de cuidado para evitar um agravamento do fenômeno das resistências. Objetivos: Diante dos fatos, o presente trabalho tem como objetivo descrever os principais tipos de resistência bacteriana e os testes laboratoriais para sua detecção como auxílio na prática clínica. Metodologia: Artigos científicos foram consultados em banco de dados com Scielo e Pubmed. Discussão: Diversos métodos laboratoriais têm sido utilizados para a detecção de cepas resistentes de microrganismos. Dentre os principais, temos os que detectam cepas de Staphylococcus aureus resistente a meticilina (MRSA). Alguns desses métodos baseiam-se em modificações na tentativa de aumentar a expressão da resistência à oxacilina, incluindo incubação a 33-35ºC, ao invés de 37ºC, incubação por 24 horas, ao invés de 16-18 horas, e adição de cloreto de sódio ao meio de cultura. Testes de susceptibilidade à oxacilina utilizados na rotina laboratorial incluem diluição em caldo, método do E-test®, ou teste de gradiente de difusão em agar, placa de screening com oxacilina, que baseia-se na inoculação das cepas isoladas em meio contendo oxacilina, meios cromogênicos, em que o crescimento de colônias com coloração específica permite a avaliação presuntiva não só da espécie, como de susceptibilidade ao antimicrobiano e métodos automatizados. Para as cepas de Staphylococcus aureus com resistência intermediária aos glicopeptídeos (GISA), faz-se o teste fenotípico Ágar screen. Nesse teste, o cultivo deve ser realizado em Ágar BHI (Brain Heart Infusion) + aproximadamente 6ug/mL de vancomicina. Outro teste muito útil é o Teste D (Double Disk Diffusion) que é utilizado para analisar cepas possivelmente resistentes à Clindamicina. Cepas naturalmente resistentes à eritromicina são semeadas e colocados dois discos (teste de difusão dupla), um contendo clindamicina e outro contendo eritromicina. O teste D é largamente utilizado para detectar cepas que possuam o gene erm. Esse gene faz uma metilação na porção do 23S do RNAr, causando a modificação de sítio-alvo da droga. Assim, se aparecer um alo com o formato de D, então fica caracterizado a resistência à clindamicina. Com esse exemplo, podemos perceber que os testes têm a função primordial de guiar o médico frente à terapêutica e como as técnicas desenvolvidas visam mostrar aos profissionais uma realidade aproximada do comportamento metabólico dos diversos microrganismos. Conclusão: O conhecimento sobre a terapêutica e os mecanismos que levam à resistência são ferramentas importantes para o médico na sua prática clínica. Porém, deve-se salientar que mesmo com o resultado em mãos, que vai indicar se o organismo é sensível, intermediário e resistente, não garante o sucesso da terapêutica, sendo indicativo que a atividade in vivo do antibiótico testado depende da capacidade do fármaco de atingir o local da infecção.

Referências

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Publicado

15-05-2015

Como Citar

Huguenin, T., & Sanches Pereira, C. A. (2015). Principais tipos de resistência bacteriana e os testes laboratoriais para sua detecção como auxílio na prática clínica. Congresso Médico Acadêmico UniFOA, 2. https://doi.org/10.47385/cmedunifoa.707.2.2015

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