Relato de caso clínico

meningite criptocócica e imunodeficiência de IL - 12

Autores

  • Antônio Guilherme do Paço Baylão Centro Universitário de Volta Redonda, Volta Redonda, RJ - UniFOA.
  • Mariana Carneiro Raio Faculdade de Medicina da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP)
  • Rayana Uchôa de Almeida Carvalho Centro Universitário de Volta Redonda, Volta Redonda, RJ - UniFOA.
  • Marcio Antônio Arbex Centro Universitário de Volta Redonda, Volta Redonda, RJ - UniFOA.
  • Carlos Alberto Sanches Centro Universitário de Volta Redonda, Volta Redonda, RJ - UniFOA.
  • Sabrina Guimarães Silva Centro Universitário de Volta Redonda, Volta Redonda, RJ - UniFOA.

DOI:

https://doi.org/10.47385/cmedunifoa.725.2.2015

Palavras-chave:

Imunodeficiências, IL-12, neurocriptococose, infecções

Resumo

Introdução: Por ser um dos mais importantes e principais mediadores da resposta imunológica inata inicial a microorganismos intracelulares e promover indução da imunidade celular e, consequente resposta imunológica adaptativa a tais patógenos, a Interleucina 12 (IL–12), em essência, é o elo de comunicação humoral do sistema imune, promovendo uma vez sintetizada pelas células apresentadoras de antígeno (APC), sobretudo fagócitos mononucleares e células dendríticas, integração da resposta inata e celular aos processos infecciosos de etiologia bacteriana e viral, o que explica o porquê das células NK ativadas por linfócitos T também expressarem síntese aumentada de IL–12. Dessa maneira, quando ocorre deficiência da expressão de IL–12, seja congênita ou adquirida, passa a haver uma imunodeficiência e o individuo não mais responde adequadamente às infecções, sobretudo aquelas por patógenos ubíquos, dentre eles o Cryptococcus neoformans (Cryptococcus gattii), que, frequentemente, é um dos patógenos mais isolados em infecções oportunistas em indivíduos imunocomprometidos de qualquer etiologia, apresentando tropismo pelo Sistema Nervoso Central (SNC) e Tecido Cutâneo. Entretanto, ainda não foram realizados estudos científicos que correlacionam essa infecção oportunista, especificamente a imunodeficiência de IL–12. Objetivos: O presente relato de caso clínico tem por objetivos gerais chamar a atenção para uma das principais doenças oportunistas que acometem indivíduos imunocomprometidos de qualquer etiologia, que é a Neurocriptococose, especialmente pela prevalência elevada nesses indivíduos e o tratamento prolongado com fármacos de elevada toxicidade, como a Anfotericina B. Especificamente, tentamos correlacionar a ocorrência dessa doença à imunodeficiência de IL–12, possivelmente pelo déficit de integração entre as imunidades inata e celular. Relato de Caso: Paciente de 3 anos, 11 meses e 9 dias, natural São João da Gama-SP e procedente de Poços de Caldas-MG, admitida no Pronto-Socorro do Instituto de Infectologia “Emílio Ribas” (PS–IIER), aos 10 de Julho de 2013, às 13 horas, acompanhada da tia, referindo que a paciente havia iniciado febre não aferida há 2 dias, associada a 2 episódios de vômitos e que, há 10 dias, havia recebido alta hospitalar do IIER, após 6 meses de internação por Meningite Criptocócica, com evolução para Derivação Ventrículo-Peritoneal (DVP). Nega demais queixas, sinais e/ou sintomas associados, afirmando que a válvula foi colocada durante período de internação prévio, tendo que ser trocada por 7 vezes devido à infecção desta (sic). Na história patológica pregressa, a tia relatou que foi feito diagnóstico prévio de deficiência de receptor de IL–12, não referindo como e quando foi realizado o mesmo. Afirma que os pais são “hígidos”. Ao exame clínico, BEG, chorosa, acianótica, anictérica, afebril (37,2 ºC), hidratada, peso: 13 kg, eupneica (37 irpm), S02: 94% (AA), com ausência de linfonodos palpáveis. ACV: FC: 130 bpm, RCR 2T BNF SSEE. AR: MVUA Bilateral, sem RA. Expansibilidade preservada. Abdome: tenso, RHA+, dificuldade para palpação devido ao choro da paciente. Neurológico: Glasgow: 15, Irritada, chorosa, sem sinais/déficits focais. Ausência de sinais meníngeos. Genito-Urinário: Sem alterações. Membros: pulsos palpáveis, simétricos, panturrilhas livres. Hipóteses diagnósticas foram elaboradas e procedimentos diagnósticos foram solicitados. Conclusão: Em suma, após estudar minuciosamente o caso clínico relatado, corroboramos com as referências disponíveis atualmente de que as imunodeficiências, quaisquer que sejam suas etiologias, promovem a não responsividade do individuo frente a infecções, especialmente aquelas por patógenos ubíquos e que, habitualmente, não causam maiores problemas pela atividade de vigilância imunológica desempenhada pelas APC que compõem o sistema imune inato, mas que, na vigência de imunodeficiências, especialmente de interleucinas, que permitem a integração e sincronismo do sistema imune inato com o celular, o individuo torna-se suscetível a tais patógenos, justificando o histórico de internações frequentes e o uso de antimicrobianos de amplo espectro e, inclusive, de elevada toxicidade no manejo dessas infecções, muitas vezes de forma profilática.

Referências

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MALE, D. Immunology an Illustrated Outline.Mosby: Wolfe Medical Communications, 1998.

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Publicado

15-05-2015

Como Citar

do Paço Baylão, A. G., Carneiro Raio, M., Uchôa de Almeida Carvalho, R., Arbex, M. A., Sanches, C. A., & Guimarães Silva, S. (2015). Relato de caso clínico: meningite criptocócica e imunodeficiência de IL - 12. Congresso Médico Acadêmico UniFOA, 2. https://doi.org/10.47385/cmedunifoa.725.2.2015

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