Sarampo no Brasil
análise de dados e razões para sua reemergência
DOI:
https://doi.org/10.47385/cmedunifoa.236.6.2019Palavras-chave:
sarampo, vacina, surto, BrasilResumo
O sarampo é uma doença exantemática viral, cujo o agente causador é um vírus de RNA do gênero Morbilivirus. Esta patologia encontra-se descrita nas literaturas desde o século X, apresentando-se em epidemias a cada 3 a 4 anos, demonstrando seu elevado contágio. A frequência destas epidemias sofreu redução somente após a introdução da vacina contra o vírus do sarampo, sendo os Estados Unidos da América, pioneiros em sua aplicação. No Brasil, a vacina foi introduzida no Calendário Nacional de Vacinação na década de 1960 pelo Ministério da Saúde (MS) através das vacinas tríplice e tetra virais. Sua implantação foi altamente eficaz resultando na obtenção do certificado de eliminação da transmissão autóctone do vírus no país pela Organização Pan-Americana da Saúde. No entanto, como estão surgindo novos surtos, principalmente nos estados de Roraima e Amazonas, este trabalho tem por objetivo explanar a situação epidemiológica da doença, correlacionando a efetividade da prevenção vacinal aos surtos da doença, em especial no ano de 2018. A partir do levantamento dos dados epidemiológicos do sarampo disponibilizados pelo MS (Informe n° 30 – Situação do Sarampo no Brasil 2018), em paralelo com dados de cobertura vacinal do Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunizações, observou-se queda importante da porcentagem da abrangência vacinal nos últimos 10 anos – tríplice e tetra viral – em todo país, particularmente na região norte, principal responsável pelos novos surtos de sarampo. A meta mínima de vacinação proposta pelo MS é de 95% da população; os melhores índices foram alcançados pela região nordeste (90,3%) e piores pela região norte (81,76%). Destaca-se o fato que o melhor índice alcançado ainda se encontra abaixo da meta proposta. Alguns dos possíveis fatores desencadeantes para a atual reemergência do vírus em território brasileiro é a presença maciça de imigrantes venezuelanos – país que sofre com surtos da doença – e a queda, concomitante a esse fato, da cobertura vacinal, propiciando um meio ideal para a atual epidemia da doença. Além desses fatores ainda há a falta de informação por parte dos pais e responsáveis, desconhecimento do calendário vacinal do PNI, receio que o número elevado de vacinas sobrecarregue o sistema imunológico e a falta de tempo para ir as Unidades Básicas de Saúde (UBSF). Todos os seguintes motivos citados são plausíveis e possivelmente atuam em conjunto; no entanto estas não foram ainda estudadas pelo MS. Faz-se necessário, portanto, novos planos para contingência desta epidemia, além de estudos que visem esclarecer os reais motivos da queda da imunização no país.
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