Fístula enterouterina como complicação de câncer de endométrio avançado

um relato de experiência

Autores

  • G. J. G. G. Borges Centro Universitário de Volta Redonda, Volta Redonda, RJ - UniFOA
  • M. P. Almeida Centro Universitário de Volta Redonda, Volta Redonda, RJ - UniFOA
  • B. T. G. Amorim Centro Universitário de Volta Redonda, Volta Redonda, RJ - UniFOA
  • A. B. Bonazzio Centro Universitário de Volta Redonda, Volta Redonda, RJ - UniFOA
  • O. C. Coelho Centro Universitário de Volta Redonda, Volta Redonda, RJ - UniFOA
  • I. N. Dias Centro Universitário de Volta Redonda, Volta Redonda, RJ - UniFOA
  • G. M. Santos Centro Universitário de Volta Redonda, Volta Redonda, RJ - UniFOA
  • R. M. B. Sena Centro Universitário de Volta Redonda, Volta Redonda, RJ - UniFOA

DOI:

https://doi.org/10.47385/cmedunifoa.370.5.2018

Palavras-chave:

Câncer, Endométrio, Fístula

Resumo

O câncer (CA) de endométrio é a sexta neoplasia mais comum ao redor do mundo, sendo o câncer ginecológico mais usual em países desenvolvidos. No Brasil, estima-se uma incidência de 6 a 13,3 casos novos/100.000 mulheres/ano. O sintoma mais comum é o sangramento vaginal pós-climatério. Seu diagnóstico precoce propicia um prognóstico favorável e taxas elevadas de sobrevida global (80% a 85%) no período de cinco anos. Alguns dos fatores de risco para o desenvolvimento dessa doença incluem obesidade, nuliparidade e reposição hormonal. Dentre as complicações da patologia está a evolução da doença, destacando o acometimento transmural. Objetiva-se por meio deste estudo relatar a experiência vivenciada em um hospital privado, acerca de paciente com quadro séptico grave, secundário a abscesso pélvico. Foi indicado procedimento operatório urgente que identificou solução de continuidade patológica entre as vísceras pélvicas (reto, útero e bexiga), feita remoção dos segmentos acometidos, com posterior identificação anatomopatológica de CA de endométrio complicado. Diante do relato vivenciado exposto acima, foi levantada a literatura acerca do tema a fim de ampliar o entendimento no que diz respeito à complicação apresentada pela paciente. A partir da bibliografia, constatou-se então que os carcinomas endometriais são, na maioria, adenocarcinomas e estes são classificados como de tipo endometrioide e não endometrioide, sendo o primeiro o mais comum (57 a 80% dos casos). Assim, o prognóstico é pior para tumores de alto grau, disseminação mais extensa e para pacientes idosas. Outra complicação que pode ser encontrada é a fístula entérica. Uma fístula é caracterizada pelo trajeto anormal entre órgãos e estruturas adjacentes; são descritas mais comumente em doenças inflamatórias intestinais, sendo extremamente raras nos casos de CA de endométrio devido à espessura miometrial. Esse quadro clínico de fístula assemelha-se com o de doença diverticular complicada, entretanto, esta é definida como doença associada a um abcesso ou a uma perfuração e, menos comumente, a uma fístula. Quando há formação destas, as mais comuns são fístulas cutâneas, vaginais ou vesicais. Entendemos que tal identificação durante um procedimento emergencial pode ser difícil e, muito provavelmente, o diagnóstico virá por meio do estudo do espécime. Não obstante faz-se mister o índice de suspeição do profissional assistente com relação a este diagnóstico diferencial, ao reconhecer os fatores de risco e dar seguimento ao tratamento adjuvante necessário.

Referências

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Publicado

03-05-2023

Como Citar

Borges, G. J. G. G., Almeida, M. P., Amorim, B. T. G., Bonazzio, A. B., Coelho, O. C., Dias, I. N., Santos, G. M., & Sena, R. M. B. (2023). Fístula enterouterina como complicação de câncer de endométrio avançado: um relato de experiência. Congresso Médico Acadêmico UniFOA, 5. https://doi.org/10.47385/cmedunifoa.370.5.2018

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