O Recrudescimento das Infecções Respiratórias por Bordetella pertussis e suas Possíveis Causas
DOI:
https://doi.org/10.47385/cmedunifoa.423.5.2018Palavras-chave:
Recrudescimento, Bordetella pertussis, CoquelucheResumo
Introdução: A coqueluche é uma doença infecciosa e altamente contagiosa de notificação compulsória, causada pela bactéria Bordetella pertussis e ou B. parapertussis. São cocobacilos gram negativos, aeróbios, não esporulados, capsulados, imóveis e que possuem fimbrias. Possuem tropismo pelo epitélio respiratório e são capazes de invadir e de sobreviver no interior dos macrófagos, causando uma inflamação no tecido pulmonar com infiltração de neutrófilos e linfócitos, causando edema, produção de muco espesso, congestão e necrose. O quadro clínico consiste em tosse por mais de 14 dias associada a paroxismos, gincho e vômito após crise de tosse que é predominantemente noturna e geralmente evolui sem febre e com o exame físico do aparelho respiratório pobre em sinais. Objetivo: Demonstrar através da analise de estudos de revisão bibliográfica, os aspectos do resurgimento da coqueluche e suas possíveis causas. Metodologia: Revisão de literatura em base de dados na internet: microbiome e NCBI. Resultados: Estudos demonstram o recrudescimento da coqueluche em vários países, embora seja uma doença imunoprevenível, a OMS revelou que em 2010 a ocorrência global de coqueluche atingiu 91.689 casos. No Estado de São Paulo 156 casos foram relatados em 2010, 854 em 2011 e 1.057 em 2012 e a notificação de casos para pessoas com idades entre 10 e 19 anos cresceu, mostrando um novo padrão epidemiológico, deixando de ser uma doença exclusivamente pediátrica. Discussão: Os fatores identificados como mais relevantes para o resurgimento da coqueluche foram: a baixa qualidade das notificações, o exame clínico inconclusivo e os exames laboratoriais deficientes, a diminuição da cobertura vacinal, a eficácia relativa das vacinas e a perda gradual da imunidade (aproximadamente 10 anos após a administração da última dose), as mudanças genéticas em bactérias com seleção natural de variantes que resistem à vacina e o aumento de portadores assintomáticos. Conclusão: A coqueluche está de fato resurgindo imperceptivelmente no Brasil, entretanto carece de estudos que levem em conta todos os aspectos relacionados à nossa realidade nacional. Por isso é fundamental implementar programas de treinamento sobre o resurgimento de doenças, especialmente a coqueluche, visando o trabalho cotidiano dos profissionais de saúde, considerando a necessidade de esclarecer o diagnóstico, o tratamento e o isolamento respiratório dos pacientes que têm esta doença.
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