Relato de Caso de Pneumonia por Pneumocystis jirovecii em Paciente Infectado Pelo Vírus HIV
DOI:
https://doi.org/10.47385/cmedunifoa.478.4.2017Palavras-chave:
pneumonia, pneumocystis jirovecii, hivResumo
A pneumonia causada pelo fungo Pneumocystis jiroveci (um tipo de levedura) também conhecida como Pneumocistose. É uma infecção oportunística frequente em pacientes imunodeprimidos, acomete, principalmente, aqueles pacientes com a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (SIDA). A SIDA é um processo viral que ataca o sistema imunológico, causando uma maior vulnerabilidade em seus portadores, o qual favorece a instalação de doenças infecciosas. A pneumonia por P. jiroveci é a causa mais comum de doença pulmonar oportunista em imunodeprimidos pelo HIV, ocorrendo na grande maioria dos casos com contagem de LT-CD4+ inferior a 200 células/mm3. Este trabalho objetiva a análise das características clínicas, métodos diagnósticos e tratamento da Pneumocistose a partir de um caso clínico. M.S., masculino, 48 anos, deu entrada no Hospital Dr. Munir Rafful relatando taquipnéia, dispnéia progressiva aos esforços e tosse seca. Ao exame físico, o paciente se apresentava taquipneico, hipocorado, febril. Aparelho cardiovascular: RCR2T sem SS ou EESS, PA: 140x90mmHg. Aparelho respiratório: MVUA sem ruídos adventícios; SpO2: 88%. Demais aparelhos sem alterações. Exames laboratoriais mostraram aumento da LDH e PCR, sem alterações nos demais resultados. Radiografia de tórax: Infiltrado pulmonar difuso. Solicitou-se tomografia computadorizada, que revelou diagnóstico compatível com Pneumocistose (padrão em “vidro fosco”). Em sequencia, realizou-se a pesquisa do Pneumocystis jiroveci em escarro e o anti-HIV, ambos foram positivos. A conduta estabelecida foi internação hospitalar, início do tratamento com Sulfametoxazol + Trimetropim; Lamivudina; Tenofovir e Efavirenz. Alta hospitalar após sete dias de internação com melhora clínica e laboratorial; continuação da terapêutica em domicílio. O Pneumocystis causa uma pneumonite intra-alveolar, decorrente da ocupação dos espaços aéreos por exsudato rico em proteínas e trofozoítos. O resultado é um shunt arteriovenoso intrapulmonar, espessamento da membrana alveolar e inflamação do parênquima, com consequente edema e fibrose. A principal característica da pneumocistose é a dissociação clínica radiológica, onde o paciente apresente uma “clinica” exuberante com sinais radiológicos pobres. O correto diagnóstico e a introdução precoce do tratamento foram os responsáveis pela melhora clínica apresentado pelo paciente, evoluindo bem durante a internação.
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