Uso de métodos contraceptivos em adolescentes do sexo feminino
estudo na Escola Estadual Brasília, no município de Volta Redonda-RJ
DOI:
https://doi.org/10.47385/cmedunifoa.745.2.2015Palavras-chave:
Métodos contraceptivos, adolescentes, sexualidadeResumo
Introdução: A Organização Mundial de Saúde (OMS) define como adolescentes as pessoas com idade entre 10 e 19 anos. A gravidez na adolescência é um problema de saúde pública tanto no Brasil como em outros países. Muitas vezes, os jovens não têm fácil acesso a informações a respeito de métodos contraceptivos, seja por razão cultural, social ou somente familiar. Os métodos contraceptivos são indispensáveis na vida das mulheres sexualmente ativas que querem prevenir uma gravidez não planejada. Objetivos: O objetivo deste trabalho é avaliar o conhecimento de adolescentes do sexo feminino a respeito dos métodos contraceptivos e sua adesão. Metodologia: Foi realizado um estudo com adolescentes do sexo feminino, com idade entre 12 e 18 anos, da Escola Estadual Brasília, do município de Volta Redondo, RJ. Este estudo foi feito com base em um questionário composto por oito perguntas, abordando idade da menarca; início da vida sexual; uso de métodos contraceptivos e, se sim, qual método utiliza e com que frequência; uso da pílula do dia seguinte; quais orientações recebidas sobre esses métodos por profissionais da saúde e se já engravidou. Resultados: Com base no questionário, foram elaborados gráficos, com o intuito de constatar em dados numéricos os resultados analisados. Observou-se que, dentre as adolescentes, houve um predomínio na faixa etária de 14-16 anos, correspondendo a 58% do total; 25% das adolescentes já iniciaram vida sexual; a idade de início das relações sexuais teve um pico aos 15 anos e uma diminuição aos 17 anos; na análise sobre as que receberam orientação profissional sobre métodos contraceptivos, notou-se que apenas 37% receberam; sobre o uso de contraceptivos nas adolescentes que já iniciaram vida sexual, observou-se que 68% faziam uso, porém apenas 56% utilizam de forma regular e 32% não utilizam nenhum método; em relação ao tipo de método contraceptivo utilizado e sua associação ou não com a camisinha, verificou-se que o mais usado foi o anticoncepcional oral (ACO), cerca de 60% do total. O segundo método utilizado foi a camisinha, aproximadamente 35%; por último, o anticoncepcional intramuscular, com apenas 8%. Em relação à associação com camisinha, 13% fazem uso de ACO com camisinha e apenas 4% utilizam o anticoncepcional IM com camisinha; sobre o uso de pílula do dia seguinte em meninas sexualmente ativas, 44% já fizeram uso; dentre as sexualmente ativas, 8% já engravidaram. Discussão: No Brasil, os adolescentes têm iniciado a vida sexual precocemente. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a idade média desse início foi aos 16 anos, no sexo feminino. Esse início precoce se tornou um problema para a saúde pública. Diante disso, a escola é adotada como um local para implementação de políticas públicas na promoção de saúde nos adolescentes. Segundo estudos realizados em 2008, os adolescentes tendem a não usar preservativo no início de sua vida sexual. A pílula do dia seguinte é outro tema que deve ser abordado com os adolescentes, devendo ser usada em até 72 horas, em casos estupro/violência sexual e falha de outros métodos contraceptivos e o não uso de contraceptivo. Essa falta de informações sobre os métodos contraceptivos reforça a necessidade de investimentos na educação preventiva da população adolescente, no geral. Esse maior investimento é primordial para que os adolescentes tenham acesso à prática da anticoncepção, diminuindo assim a resistência ao seu uso. Conclusão: Perante os dados coletados, chamamos a atenção para a idade precoce de início da vida sexual, salientando assim a importância da orientação quanto à contracepção dessas jovens. A grande maioria das entrevistadas relata nunca ter tido orientação profissional e não usar qualquer método contraceptivo. Reforçamos a importância de palestras educativas que podem ser feitas por profissionais, indo à escola e promovendo, dessa maneira, a prevenção de DSTs e de gestações indesejadas, de forma a levar informações corretas e com embasamento médico comprovado. É preciso mudar a realidade dessa faixa etária, devendo para isso incentivar que as adolescentes procuram um ginecologista para as corretas orientações.
Referências
BRASIL. Ministério da Saúde. Diretrizes Nacionais para Atenção Integral à Saúde de Adolescentes e Jovens na Promoção, Proteção e Recuperação da Saúde. Brasília, 2010. Disponível em: <http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/diretrizes_nacionais_adoles_jovens_230810.pdf>. Acesso em: 05 mar. 2015.
LONGO, L. A. F. B. Juventude e contracepção: um estudo dos fatores que influenciam o comportamento contraceptivo das jovens brasileiras de 15 a 24 anos. In: XIII Encontro da Associação Brasileira de Estudos Populacionais. Ouro Preto, MG, 2002.
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